O discurso de posse de Donald Trump para o seu segundo mandato como presidente dos EUA, realizado nesta segunda-feira (20), foi mais longo e agressivo do que o de 2017.
Com o dobro do tempo, Trump foi mais a fundo em questões envolvendo políticas anti-imigração, protecionismo, política externa, gênero e críticas ao seu sucessor, que na fala anterior.
O discurso protecionista, nacionalista e anti-imigração tomou proporções maiores, especialmente com o anúncio de novas medidas concretas.
Trump anunciou que declarará emergência nacional para deportar imigrantes não documentados e designará o Exército dos EUA para as fronteiras ao sul para “reverter a invasão desastrosa em nosso país”.
O republicano prometeu também focar na taxação de países estrangeiros, investir na extração e comercialização de energia nos EUA e “salvar a indústria automobilística” ao revogar o Green New Deal, conjunto de medidas que visam conter a crise climática, e “os privilégios dados aos veículos elétricos”.
Críticas ao governo anterior
Apesar de Trump ter criticado a situação dos EUA antes de tomar posse em 2017, ele não falou diretamente as políticas de Barack Obama, seu antecessor na época, como fez com as de Joe Biden em seu novo discurso de posse.
“Temos agora um governo que não consegue gerir nem sequer uma simples crise a nível interno, ao mesmo tempo que se depara com um catálogo contínuo de acontecimentos catastróficos no estrangeiro”, disse.
O novo presidente dos EUA alegou que o governo anterior “fornece santuário e proteção para criminosos perigosos” e “se recusa a defender as fronteiras americanas”.
Biden esteve presente na posse de Trump, diferente do que aconteceu na sua posse, em 2020, quando Trump se recusou a reconhecer a sua vitória.
Política de raça e gênero
Trump prometeu a extinção de programas de diversidade e voltou a reiterar que alterará políticas federais sobre gênero nos Estados Unidos.
“Será política oficial dos EUA que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino”, afirmou.
Política externa agressiva
O republicano reafirmou que retomará o Canal do Panamá, alegando que o estreito foi tomado pela China.
Autoridades no Panamá negaram as alegações de Trump e o presidente do Panamá reagiu à fala do presidente, dizendo que o Canal continuará a pertencer ao país e a sua administração continuará sob o controle panamenho.
Trump disse também que mudará o nome do Golfo do México para “Golfo da América”, em referência aos EUA.
Militares e censura
Trump falou sobre outros temas que também não foram mencionados em sua primeira fala como presidente dos EUA em 2017.
O republicano anunciou a reintegração dos membros das Forças Armadas expulsos por não tomar vacina contra a Covid-19.
O presidente citou que os Estados Unidos viveram “anos e anos de esforços federais ilegais e inconstitucionais para restringir a liberdade de expressão”. Diante disso, disse que assinará uma “ordem executiva para interromper imediatamente toda a censura governamental e trazer de volta a liberdade de expressão aos Estados Unidos”.