A Polícia Civil, com apoio da Força Nacional de Segurança e equipes de elite da Polícia Militar, trabalha com a hipótese de que os corpos dos quatro homens desaparecidos em Icaraíma, tenham sido ocultados em dois poços desativados, localizados em área de vegetação próxima ao Porto Jundiá, no distrito de Vila Rica do Ivaí.
Fontes ligadas ao caso afirmaram à reportagem que os poços foram identificados como locais de interesse. Até a publicação desta matéria, não havia confirmação oficial de que os corpos tenham sido localizados, mas diligências estão em andamento na região desde o início da manhã.
As investigações ganharam novo impulso na última sexta-feira (12), quando a Fiat Toro branca usada pelas vítimas foi encontrada enterrada em uma área de mata fechada, a cerca de 8 a 10 quilômetros de uma propriedade da família Buscariollo, suspeita de envolvimento no caso.
O veículo apresentava perfurações de disparos de grosso calibre na parte frontal e nas laterais, além de vestígios de sangue nos bancos. A perícia trabalha com a hipótese de que os quatro homens tenham sido alvejados dentro do automóvel, em uma emboscada, antes de terem os corpos transportados para outro ponto.
A carta anônima
Outro elemento considerado relevante foi uma carta anônima recebida por Carlito, pai do produtor rural Alencar Gonçalves de Souza, uma das vítimas.
No bilhete, o autor indicava que os corpos estariam enterrados no “sítio da dona Anunciada, Estrada Jundiá, na Mata do Tenente, dentro do carro”. A mensagem, entregue dentro de uma sacola plástica na porteira da propriedade, surgiu logo após a Polícia Ambiental localizar a caminhonete.
A precisão das informações faz com que investigadores considerem que o autor da carta tenha conhecimento direto sobre o crime.
Vítimas e suspeitos
Os desaparecidos são os cobradores Robishley Hirnani de Oliveira (53), Rafael Juliano Marascalchi (43) e Diego Henrique Afonso (39), todos de São José do Rio Preto (SP), além do credor Alencar Gonçalves de Souza, morador de Icaraíma. Eles foram vistos pela última vez em 5 de agosto, quando saíram para cobrar uma dívida estimada em R$ 255 mil referente a uma negociação de terras.
A Polícia Civil aponta como principais suspeitos Antonio Buscariollo (66) e o filho dele, Paulo Ricardo Costa Buscariollo (22). Ambos estão foragidos desde agosto e são considerados peça-chave na investigação.