Em um incidente que destacou a importância do preparo e da intervenção coordenada entre diferentes serviços de emergência, a Polícia Militar de Campo Mourão foi acionada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para lidar com uma situação delicada envolvendo um homem de 44 anos em surto psicótico. O indivíduo havia se trancado em um quarto de sua residência, ameaçando explodir um objeto que ele afirmava ser uma bomba.
O chamado de emergência foi feito pelo pai do homem, um idoso de 68 anos, que descreveu um ambiente de extrema tensão na casa. Diante da gravidade da situação, a Polícia Militar, incluindo equipes da Rondas Ostensivas Táticas Móveis (Rotam), prontamente isolou a área para garantir a segurança de todos os envolvidos.
O idoso relatou que seu filho estava armado com uma besta – uma arma que utiliza um arco de flechas fixado a uma haste – e que, além disso, alegava estar em posse de um dispositivo explosivo. A crise demandou a aplicação de técnicas especializadas por parte da polícia, que conseguiu imobilizar o homem sem que houvesse escalada de violência. Com ele, foram apreendidas a besta e uma bateria que, segundo ele, seria a suposta bomba.
Após ser contido, o homem foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para receber o atendimento médico necessário. O pai do indivíduo também informou às autoridades que o filho possuía uma arma de fogo, a qual teria sido entregue a seu irmão mais novo, de 37 anos, também presente na residência.
O irmão, já conhecido pelas autoridades por fabricar armas artesanais, acompanhou a equipe policial até sua casa, onde inicialmente apresentou uma arma de pressão adquirida legalmente. No entanto, ao realizar uma busca mais aprofundada, os policiais encontraram uma arma de fabricação artesanal, munida com uma bala de calibre 38, além de diversas munições, pólvora, chumbo triturado e projéteis caseiros. O equipamento incluía também um adaptador que permitia o uso de munições de fogo na arma de pressão.
Dada a gravidade das descobertas, o homem recebeu voz de prisão e foi conduzido à 16ª Subdivisão Policial para os procedimentos legais cabíveis.
Esse caso sublinha a complexidade de intervenções em situações de crise e a necessidade de um apoio psicológico e social mais robusto para indivíduos em vulnerabilidade. Além disso, reforça a importância da legislação rigorosa sobre o controle de armas, incluindo aquelas de fabricação artesanal, para prevenir riscos à segurança pública. Em um contexto mais amplo, é crucial que as campanhas como o Agosto Lilás, que abordam a violência em todas as suas formas, incluam discussões sobre a saúde mental e a necessidade de suporte contínuo para aqueles em situação de crise.